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Paróquia em Betim acolhe cinco famílias venezuelanas que haviam sido despejadas

Cinco famílias de venezuelanos despejadas do imóvel onde moravam de aluguel foram acolhidas na Paróquia Paróquia Santa Teresa de Calcutá, em Betim, nesta segunda-feira, 12. Os estrangeiros, estão alocados provisoriamente no salão paroquial da Comunidade Santos dos Anjos, até terem condições de encontrarem uma nova casa para morar.

O acolhimento foi possível com a atuação do Setor Social da Rensa e o padre Alan Pereira, que imediatamente mobilizou os paroquianos para providenciarem doações para os adultos e crianças despejadas.

Repercussão

A ação social ganhou reprecussão na TV Horizonte. Veja o vídeo:

Confira15 o texto escrito pelo membro do Setor Social da Rensa, Samuel Moraes sobre o acolhimento:

“… e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa.” Lc 2, 7

Maria e José não encontraram lugar onde o filho pudesse nascer com a dignidade que todo ser humano merece. Eram pobres, vinham de Nazaré, uma pequena vila marginalizada, mal tinham panos para aquecer o recém-nascido. Além disso, para proteger a vida de Jesus, tiveram que fugir para o Egito. Constituíam, então, uma família de empobrecidos pela sociedade da época, uma família em busca de proteção, uma família à procura de acolhimento, uma família de exilados.

O drama de Maria, José e Jesus se repete ao longo da história. Milhares e milhares de irmãs e irmãos nossos não encontram lugar. Sofrem a dor do abandono, da discriminação, do exílio em terras estranhas, da insensibilidade de uma sociedade que se autodenomina “cristã”.

No dia 12 de junho, reencontramos Maria, José e Jesus, na vida de cinco famílias venezuelanas que foram despejadas da pequena casa onde viviam tentando construir a esperança.

Misteriosamente, Jesus se disfarçou com outra aparência e outros nomes para exigir de nós a solidariedade e a conversão permanente. Desta vez, ele assumiu os nomes de Ruben, Lesbia, Rober, Riki, Clemente, Amado, Javier, Cuto, Rita, Yaniri, Nobeli, Luís, Yoneri, Yuli, Nerio, Carolina, Miguel, Yolis. São homens, mulheres, pais, mães, e sete crianças, sendo que Yolis tem apenas 07 dias de vida. E a triste história se repetindo: “eles não encontraram lugar”. Portas e portas se fechando, inclusive do poder público. Destino: sobreviver na rua, debaixo do frio das madrugadas.

Mas, a nossa história não é só a da cruz. É também a da páscoa cotidiana da ressurreição. O Espírito Santo mobilizou os corações das pessoas de boa vontade, dos que foram batizados na fé verdadeira e engajada, dos que abraçaram o Amor como sentido para sua vida.

A Paróquia Santa Teresa de Calcutá ofereceu-se como manjedoura para abrigar e acolher as cinco famílias. Padre Alan Pereira vislumbrou naquela situação o pedido de socorro do próprio Deus. Por isso, estimulou os paroquianos a organizarem um movimento de acolhida e fraternidade no salão paroquial, hospedando as famílias. A Rede de Solidariedade da Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida articulou-se, com discernimento, competência e sensibilidade, e conseguiu colchões e alimentação. Agora, plenamente unidas, como solicitou Jesus (“que todos sejam um para que o mundo creia” Jo 17, 21), paróquia, VEASPAM (Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental) e rede de solidariedade providenciam almoço, janta e condições dignas para as cinco famílias despejadas de casa, despejadas na vida. Fé encarnada.

“Meus irmãos, se alguém diz que tem fé, mas não tem obras, que adianta isso? Por acaso, poderá a fé salvá-lo? Por exemplo: um irmão ou irmã não tem o que vestir e lhes falta o pão de cada dia. Então alguém de vocês diz para eles: Vão em paz, se aqueçam e comam bastante. No entanto, não lhes dá o bastante para o corpo. Que adianta isso? Assim também é a fé: sem as obras, ela está completamente morta.” (Tg 2, 14-17)

Resgatadas e respeitadas, as famílias encontraram amparo. Muito há ainda a ser feito. O próximo passo agora é viabilizar emprego e moradia para estas nossas irmãs e irmãos.

Nosso agradecimento ao Padre Alan Pereira e a cada um dos paroquianos (Deus sabe o nome de cada um). Vocês fortalecem a nossa fé quando respondemos, com convicção, em cada celebração: “Ele está no meio de nós!”