Santuário Arquidiocesano
Você está em:

[Artigo] Agosto - Mês das Vocações - Neuza Silveira 

Ouça o conteúdo

O centro e a meta de toda a vocação é a pessoa de Jesus Cristo. É ele que chama e envia. Nos incentiva para estar sempre fazendo a experiência do encontro, sempre ativo na missão. A iniciativa é sempre de Deus que nos conduz com coração, determinação, esperança e firme convicção, testemunho de fé. Cada pessoa compreende e vive a sua vocação, à luz do mistério de Cristo, uma presença divina ao nosso lado que faz o coração arder e os nossos pés caminharem.

No caminho de nossas vidas vamos descobrindo quem somos, o que queremos, o que podemos escolher, mas também o que podemos fazer, quais profissões iremos exercer. Nessa caminhada aprendemos que as nossas escolhas profissionais são com base nos dons dados por Deus, os quais devem ser trabalhados para ser bem executados. Já a vocação é um presente de Deus. Este presente é colocado no coração da pessoa, é um desejo profundo de fazer algo mais, de se colocar nas mãos de Deus, de confiar e ir em frente, de fazer a vontade de Deus.

Aquele que é cristão, tem como modelo Jesus Cristo. Quer fazer a vontade de Deus assim como Jesus fez e acredita que é Deus que chama e lhe dá esse presente vocacional porque conhece bem cada pessoa e suas possibilidades vocacionais.

Nesse sentido, cada um vai despertando para suas vocações como: ministérios ordenados, vida consagrada, matrimônio, laicato. A Igreja, conforme seu calendário, escolheu o mês de agosto para ser celebrado estas vocações convocando a todos para a oração. É tempo de discernir e descobrir o que Jesus quer e espera de cada um de nós. Cada um, em cada tempo, é chamado a ter consciência do que é essencial e fundamental da mensagem de Jesus, sejamos: crianças, jovens, adultos, famílias e filhos, idosos. Entender a dinâmica fundamental e o sentido da identidade cristã que deve ser vivida de modo confiante, chamamos de “agir cristão”.

Ser cristão passa pela opção e exige iniciação. Uma verdadeira iniciação cristã leva a uma opção consciente. Muitas pessoas cristãs encontram envolvidas nas atividades pastorais, fazem suas escolhas, vivem o matrimônio, mas não têm consciência clara do que é optar por Jesus de Nazaré e participar de sua comunidade. O que faz com que o cristão seja cristão é a sua opção consciente por Jesus, o Messias, o ressuscitado.

O cristão precisa conhecer Jesus. E esta é a tarefa fundamental da catequese. Ajudar as pessoas a melhor conhecer Jesus, realizar seu encontro pessoal com ele; escutar o relato de Jesus através dos evangelhos, conviver com a sua comunidade, participar das celebrações, fazer a experiência da vida sacramental, participar do convívio social. Todas essas práticas levam a um bom exercício do ser cristão.

Mas o que é ser cristão? Crer e acreditar em Jesus de Nazaré, ele que é o Cristo, o Messias, o enviado por Deus para nos revelar seu amor incondicional por nós. Acreditar que o Jesus que foi crucificado em consequência de sua prática de justiça, foi ressuscitado pelo Pai e foi cumprida a promessa de enviar seu espírito para estar sempre conosco.

As promessas de Jesus não passam por soluções mágicas, mas sim pela proposta de um processo, e é a fé que nos encaminha para ele. A fé indica, inicialmente, a atitude de adesão, compromisso, opção. No batismo como, praticado no catolicismo somos “aderidos à fé” e não “aderimos à fé”. Importa resgatar o sentido fundamental da fé como ato de adesão: por sua confiança em Deus e em Jesus, que nos deu a conhecer em sua prática de vida. A fé do cristão: ter Deus como Ele foi revelado por Jesus. Não é verdadeiramente cristão adulto, nem católico, quem não fez opção pessoal por aderir à Palavra e à Prática de Jesus de Nazaré, que noz faz conhecer Deus. Esta fé deve ser vivida na comunidade, com a moral cristã, com o agir cristão.

Viver a vocação é buscar sempre viver na amizade com Cristo. Estar sempre com Jesus, aprender com Ele e fazer a vontade de Deus é viver a nossa vocação, presente de Deus que é graça em nossa vida. Essa graça que recebemos quando somos batizados. É através dessa graça que nos tornamos capazes de vencer os desafios e sermos fiéis no seguimento de Jesus.

Neuza Silveira de Souza.

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-catequético de Belo Horizonte.